Ha monstros debaixo da cama

domingo, julho 09, 2006

Hoje apetece-me continuar o tema do ultimo post: amizade.

Ha muito tempo que existe o mito, ou nao, da reencarnaçao. As pessoas sempre se perguntaram se existira alguma coisa apos a morte ou se esta seria realmente o fim da nossa existencia.
Este e um tema que ja vem sendo estudado ha muito tempo em varias culturas. Sera verdade? Nao sei... Estas coisas sao algo complicadas.

Segundo os entendidos, a encarnaçao e um "periodo de existencia no interior do corpo". Eles acreditam que a morte fisica nao corresponde a morte da alma. Apos a morte fisica, a alma entraria num ciclo, um ciclo de Renascimento.
A reencarnaçao e a sucessao de encarnaçoes, ou seja, de existencias da mesma alma em diferentes corpos. Acredita-se que isto ocorre porque a alma se encontra num processo de constante evoluçao, procurando atingir a iluminaçao.
De certo modo, isto da reencarnaçao da alguma esperança as pessoas. Afinal, uma nova vida e sinonimo de novas oportunidades. Temos a hipotese de uma vida melhor, certo? Bem, talvez as coisas nao sejam assim tao simples...
De acordo com a lei do Karma, cada um tem o que merece, ou seja, as nossas mas acçoes numa vida vao transformar-se em maus resultados na vida seguinte, e assim sucessivamente. No entanto, e me dificil compreender porque e que uma criança nasce sem pernas. Muito mais complicado sera compreender que o merece...
Eu divaguei um pouco, mas nestes paragrafos esta presente a informaçao necessaria para compreenderem a proxima parte. Talvez mais tarde eu volte a focar este assunto da reencarnaçao. No entanto, por agora, vou falar da amizade que e o tema que me traz aqui.

Nunca vos aconteceu, conhecerem uma pessoa ha pouco tempo mas parecer que a conheceram durante toda a vossa vida? Talvez isso tenha uma explicaçao...

Segundo a teoria da reencarnaçao, se e que isto se pode chamar uma teoria, a evoluçao da alma e feita em conjunto com outras almas, formando assim um "grupo de almas" que pode ser constituido por centenas ou ate milhares de almas. Em todas as encarnaçoes, a alma estara ligada as outras almas do grupo, sendo que este nunca se altera. Logo, vamos estar sempre ligados aos nossos familiares, amigos, etc... Assim, aprendemos a desenvolver o relacionamento entre as almas do grupo ate atingirmos a fase de "Amizade Universal".

Achei que isto era interessante. Quem e que nunca sentiu que tinha o dever de ajudar alguem, mas sem uma explicaçao logica para o fazer? Talvez estejamos a ajudar alguem que no passado nos prestou auxilio... Afinal, "Nenhum caminho é longo demais quando um amigo nos acompanha".




Se quizerem ler sobre vidas passadas, podem consultar o site de onde eu retirei alguma informaçao: http://www.amorincondicional.com.pt/vidas_passadas.htm

sábado, julho 08, 2006

Amizade

Olaaaa!
Bem, este e o meu primeiro post, e nao sei por onde começar. Quer dizer, sei, mas achei que ficava bem dizer que nao sabia...
Acho que a certa altura nas nossas vidas, uma grande parte das pessoas se pergunta como e que estabeleceram certas relaçoes com determinadas pessoas, ao ponto de pensarem nas mesmas coisas ao mesmo tempo; ao ponto de terminarem as frases umas das outras... Afinal, ja Cicero dizia, e com muita razao, "Existe alguma coisa melhor do que ter alguém com quem te atrevas a falar como contigo mesmo?". Eu nao podia formular uma pergunta melhor: existe? Acho que nao. Todos gostamos de estar com alguem que goste de nos como somos, que nos aceite assim mesmo. E que, ao mesmo tempo, nao sintam a necessidade de mudar quando nos mudamos ou concordar com algo so porque nos concordamos. "A minha sombra faz isso muito melhor".
O amigo ideal... acho que nao existe. Pelo menos nao se nos referirmos a perfeiçao. Talvez a unica maneira de termos um amigo perfeito seria criar um amigo imaginario (como Calvin de "Calvin and Hobbes"). Mas ate ai, seria esse amigo mesmo perfeito? Afinal, o que procuramos num amigo? Devoçao eterna? Amor incondicional? Nao sei...

Fragmento de “O Principezinho”, de Saint Exupery

(...)
E foi então que apareceu a raposa:
- Bom dia, disse a raposa.- Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou mas não viu nada.- Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira.- Quem és tu? - perguntou o principezinho. Tu és bem bonita...- Sou uma raposa, disse a raposa.- Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste...- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram ainda.- Ah! desculpa, disse o principezinho.
Após uma reflexão, acrescentou:
- Que quer dizer “cativar”?- Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?- Procuro os homens, disse o principezinho. Que quer dizer “cativar”?- Os homens, disse a raposa, têm fuzis e caçam. É bem incômodo! Criam galinhas também. É a única coisa interessante que eles fazem. Tu procuras galinhas?- Não, disse o principezinho. Eu procuro amigos. Que quer dizer “cativar”?- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa “criar laços...”- Criar laços?- Exatamente, disse a raposa. Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...- Começo a compreender, disse o principezinho. Existe uma flor... eu creio que ela me cativou...- É possível, disse a raposa. Vê-se tanta coisa na Terra...- Oh! não foi na Terra, disse o principezinho.
A raposa pareceu intrigada:
- Num outro planeta?- Sim.- Há caçadores nesse planeta?- Não.- Que bom! E galinhas?- Também não.- Nada é perfeito, suspirou a raposa.
Mas a raposa voltou à sua idéia.
- Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens se parecem também. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa nenhuma. E isso é triste! Mas tu tens cabelo cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...
A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:
- Por favor... cativa-me! disse ela.- Bem quisera, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa nenhuma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!- Que é preciso fazer? perguntou o principezinho.- É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto...
No dia seguinte o principezinho voltou.
- Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde às três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estaria inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração... É preciso ritos.- Que é um rito? perguntou o principezinho.- É uma coisa muito esquecida também, disse a raposa. É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias; uma hora, das outras horas. Os meus caçadores, por exemplo, possuem um rito. Dançam na quinta-feira com as moças da aldeia. A quinta-feira então é o dia maravilhoso! Vou passear até a vinha. Se os caçadores dançassem qualquer dia, os dias seriam todos iguais, e eu não teria férias!
Assim o principezinho cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:
- Ah! Eu vou chorar.- A culpa é tua, disse o principezinho, eu não te queria fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse...- Quis, disse a raposa.- Mas tu vais chorar! disse o principezinho. - Vou, disse a raposa.- Então, não sais lucrando nada.- Eu lucro, disse a raposa, por causa da cor do trigo.

Para ti Sofia, porque es uma daquelas pessoas com quem eu falo como se estivesse a falar comigo mesma e porque fazes anos na terça-feira e eu, pela 2ª vez, nao posso estar presente. Mas sabes que nao e por nao querer, e por haver pessoas que precisam mais de nos, da nossa presença... : "Se morreres antes de mim, pergunta se podes levar um amigo". Acho que nisto vais concordar comigo. Ha que aceitar os defeitos dos outros porque amigos perfeitos, como eu ja disse, acho que nao existem. Espero que aceites os meus e aproveites ao maximo o resto.